Meninos foram trocados após o nascimento em hospital de Inhumas, denunciam pais
Caso foi descoberto após 3 anos, depois de um dos pais desconfiar da paternidade e pedir exame de DNA.
Por Revista Formosa
Duas famílias denunciam que tiveram os bebês trocados após o parto no Hospital da Mulher, em Inhumas, Região Metropolitana de Goiânia. O caso foi descoberto 3 anos depois, após um dos pais desconfiar da paternidade e pedir exame de DNA. A Polícia Civil investiga o caso.
Em nota, a administração do Hospital da Mulher informou que está oferecendo todas as informações e documentos necessários para investigação e que tem todo interesse em esclarecer os fatos (confira a nota na íntegra ao final da matéria).
Tudo começou após um dos casais se separar, pois Cláudio Alves solicitou um exame de DNA para comprovar a paternidade do filho. A ex-mulher, Yasmin Kessia da Silva, de 22 anos, também quis fazer o exame. "Se ele não fosse filho do Cláudio, também não era meu", disse.
O exame foi realizado no dia 31 de outubro de 2024 e o laboratório pediu uma contraprova.
"Eles disseram que o sangue do meu filho não era compatível com o meu. Eu pensei que era um erro. Mas veio a contraprova", disse Yasmin.
A outra família
Yasmin se lembrou da família que estava no mesmo dia do nascimento do filho e conseguiu contato com eles por meio de um pastor. Após ela entrar em contato e contar o que houve, Isamara Cristina Mendanha, de 26 anos, e Guilherme Luiz de Souza, 27 anos, também fizeram o exame de DNA com o filho, que apresentou incompatível.
Os bebês nasceram no dia 15 de outubro de 2021, sendo um às 7h35 e o outro às 7h49, de acordo com as famílias.
Os casais fizeram os exames que comprovam que as crianças com quem convivem não são seus filhos. Contudo, ainda não têm a prova que o filho biológico de Yasmin está com a família de Isamara. Cláudio afirmou que não fizeram a comprovação da paternidade dos pais biológicos porque precisa de autorização judicial.
Claudio declarou que o erro mexeu com o destino das vidas deles.
"É um choque muito grande. Não tenho estrutura psicológica para isso. Somos uma família só. A gente só quer paz. Nesse momento de tanta tristeza e dor que estamos vivendo, o que a gente quer é uma solução", afirmou.
O advogado de Claudio, Kuniyoshi Watanabe, disse que as famílias não mencionaram se irão fazer troca. "Juiz irá determinar lá não fim do processo. Acredito que vão acabar tendo dois pais e duas mães", explicou.
Investigação
O delegado da Polícia Civil Miguel Mota informou que não vai se manifestar sobre o caso, pois está sob sigilo.
Em nota, a Polícia Civil informou que "os envolvidos já foram ouvidos e o inquérito policial prossegue com diligências em andamento para esclarecer a dinâmica do fato e sua autoria" (confira a nota da Polícia Civil ao final da matéria).
Nota do Hospital São Sebastião de Inhumas
O Hospital São Sebastião de Inhumas Ltda, informa que recentemente tomou conhecimento de uma situação envolvendo uma suposta troca de bebês ocorrida em sua maternidade há cerca de três anos. Assim que os fatos foram trazidos ao conhecimento da instituição pelos próprios familiares, medidas imediatas foram adotadas para garantir a apuração completa e transparente do ocorrido.
O hospital voluntariamente oficiou a Polícia Civil, oferecendo todas as informações e documentos necessários para que as investigações sejam conduzidas com rigor e imparcialidade. A instituição reitera que está colaborando ativamente com as autoridades e que tem todo o interesse em esclarecer os fatos e identificar qualquer eventual responsabilidade.
Por se tratar de um caso sensível e que envolve dados sigilosos, o processo de investigação está sendo conduzido em conformidade com a lei, resguardando a privacidade e o direito das famílias envolvidas. Nesse sentido, o hospital pede a compreensão da sociedade e da imprensa, reforçando o compromisso com a ética, a segurança e a transparéncia.
O Hospital São Sebastião de lnhumas reafirma o seu empenho em revisar e aprimorar continuamente seus protocolos de segurança, garantindo a qualidade e a confiança em seus serviços, tendo total interesse nas investigações realizadas.
Informa ainda que existe uma sindicância interna para apurar eventual erro ocorrido e seus responsáveis.
Ainda, por se tratar de um caso sensível que envolve menores de idade, bem como dados protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o hospital está legalmente impedido de fornecer informações detalhadas à imprensa neste momento.
Agradecemos a compreensão e reforçamos que todas as ações estão sendo conduzidas com o máximo respeito à privacidade das famílias e à legislação vigente.
Nota da Polícia Civil
A Polícia Civil de Goiás informa que a Delegacia de Inhumas - 16ª DRP investiga possível crime previsto no artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente (deixar o médico de identificar corretamente o neonato e a parturiente por ocasião do parto), em que dois bebês teriam sido trocados no hospital da cidade. O fato foi descoberto após um dos casais envolvidos resolver se separar, tendo feito exames de DNA que comprovaram que o filho não era biologicamente compatível com nenhum dos dois. Os envolvidos já foram ouvidos e o inquérito policial prossegue com diligências em andamento para esclarecer a dinâmica do fato e sua autoria.
Fonte: G1
Siga a Revista Formosa no Instagram. Nosso canal no WhatsApp e esteja sempre atualizado! Receba as últimas notícias da Revista Formosa no Google News.