Café já fica atrás das grades em supermercados de São Paulo
Pesquisa revela variação de até 96% no preço do café em Formosa do Rio Preto

Por Revista Formosa
Café, bacalhau, picanha e azeite passaram a ser protegidos com grades, lacres e etiquetas antifurto em supermercados de São Paulo. O café foi o produto que teve maior alta no acumulado de 12 meses no último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A reportagem da Folha de S.Paulo visitou 15 supermercados nas zonas sul, oeste e central da capital paulista, nos dias 11 e 14 de abril, e observou o fenômeno antifurto em unidades das redes Carrefour, Extra e Pão de Açúcar.
O Mini Extra do largo do Arouche e uma unidade do Carrefour Express no bairro da Saúde guardavam embalagens de café popular atrás de grades na prateleira -mas não as marcas mais caras ou as versões de cápsula. Os funcionários de ambas as lojas disseram que medida era para evitar furtos.
"Só hoje de manhã, duas pessoas já tentaram furtar os sacos de café. É muito constrangedor, porque a gente precisa parar e abordar os clientes", disse um funcionário.
A rede Carrefour informou que a prática é comum para produtos de alto valor, e que o café se encaixaria nesta categoria. "É uma regra do varejo, nós só seguimos o mercado", diz.
O Grupo Pão de Açúcar, dono das redes de supermercados Pão de Açúcar, Extra e Assaí Atacadista, não respondeu à Folha de S.Paulo até a publicação desta reportagem.
A mais recente pesquisa Datafolha mostrou que quase metade dos brasileiros reduziram o consumo do café devido à inflação. Produto teve alta de 8,14% nos preços de fevereiro a março e de 77,78% no acumulado de 12 meses, segundo o IBGE.
Um promotor de merchandising da marca Pilão disse à Folha de S.Paulo que, em uma das unidades do Extra no Grajaú, foram roubadas 300 unidades de café da marca, e que por isso o supermercado adotou os lacres antifurto.
"Uma época, não estavam nem abastecendo alguns supermercados, porque quanto mais abasteciam, mais roubavam. Pilão é mais fácil de roubar porque não é a vácuo e faz menos volume, é mais fininho, mais fácil de esconder."
A JDE Peet's, empresa dona das marcas de café Pilão, Caboclo, Damasco, Café Pelé e Café do Ponto, diz que as decisões relacionadas à exposição e comercialização dos produtos em loja são de responsabilidade exclusiva dos varejistas, e que não tem acesso a qualquer informação relativa aos índices de roubo nas redes varejistas.
Outros itens também têm sido alvos de proteção. Em duas unidades do Pão de Açúcar na zona sul, bacalhau, picanha, azeite e bebidas alcoólicas estavam com lacres. Um Mini Extra da região vendia azeites e bebidas em locais fechados perto dos caixas. Já em redes como Dia, Hirota Food e Oxxo, nenhuma proteção foi observada.
"Tem que lacrar mesmo, porque tem muito furto e está muito caro. Não é porque o mercado é mais elitizado, é em qualquer mercado que está caro", diz o empresário Giovani Ribeiro, 32, que comprava picanha lacrada na unidade da Chácara Klabin. "Café está valendo mais que ouro agora."
Em uma unidade do Pão de Açúcar em Perdizes, na zona oeste, o café não estava com lacre, mas uma funcionária relatou que a loja vinha enfrentando furtos do produto. "Comprei três pacotes de café e já foi o valor todo da minha compra", comentou uma consumidora para um repositor. No caso do azeite, apenas as marcas em promoção -posicionadas próximos aos caixas- estavam expostas sem proteção.
Pesquisa revela variação de até 96% no preço do café em Formosa do Rio Preto
A Revista Formosa realizou uma pesquisa de preços em supermercados de Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia, e identificou uma grande variação no valor do café por quilo, dependendo da marca.
Os preços vão de R$ 44,95 a R$ 88,45, quase o dobro entre o mais barato e o mais caro.
Entre as marcas analisadas estão Café Maratá, Santa Clara, Café do Povo, Barnabé e Sobesa. A embalagem de 200g do Café Barnabé, por exemplo, custa R$ 8,99, o que equivale a R$ 44,95 o quilo. Já o Café Sobesa Tradicional é vendido a R$ 17,69 na embalagem de 250g, totalizando R$ 88,45 por quilo.
A diferença nos preços reflete o posicionamento das marcas, e também os critérios de qualidade percebida pelos consumidores e estratégias de mercado. A pesquisa serve de alerta para o consumidor ficar atento às etiquetas e fazer escolhas conscientes para economizar no dia a dia.
Fonte: GABRIELA CECCHIN - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS); REVISTA FORMOSA
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