Aeroporto de Barreiras enfrenta risco de paralisação em 2025

07/04/2025

Aeroporto de Barreiras pode parar se não atender exigências da ANAC, acirrando disputa aérea com LEM 

Foto: IA/Falabarreiras
Foto: IA/Falabarreiras

Por Revista Formosa

A disputa pela hegemonia aérea no Oeste da Bahia ganhou novos contornos com os recentes movimentos dos prefeitos de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. De um lado, o prefeito Otoniel Teixeira afirma categoricamente que a chance de o Aeroporto de Barreiras fechar ou perder voos é "zero". Do outro, o prefeito Júnior Marabá avança em tratativas com empresas para garantir voos comerciais na cidade vizinha.

Enquanto Barreiras ainda aguarda a conclusão das licitações para reforma do terminal e pista, Luís Eduardo Magalhães já trabalha pela municipalização do aeroporto, buscando descer até aviões Boeing 737. "Estamos evoluindo bem, já temos tratativas com uma companhia aérea e vamos conseguir efetivar voos comerciais", garante Marabá.

LEM busca protagonismo com apoio ao agronegócio

Segundo o prefeito de Luís Eduardo, o objetivo é atender à demanda do agronegócio local e das multinacionais da região. "Barreiras sempre vai suprir uma demanda regional, mas Luís Eduardo possui uma demanda reprimida específica do setor produtivo. Acredito que os dois aeroportos funcionarão bem", pondera Marabá.

O município já articula com o governo federal e estadual e mantém diálogo em Brasília para viabilizar o projeto. Com isso, a expectativa é que, mesmo com estrutura menor, o aeroporto de Luís Eduardo Magalhães possa operar voos comerciais antes de Barreiras.

Barreiras corre contra o tempo para cumprir exigências da ANAC

Em Barreiras, o maior entrave é o cumprimento da normativa da ANAC, que exige até outubro de 2025 a instalação do PAPI (sistema de luzes para auxílio na aproximação da aeronave) e da RESA (área de segurança de fim de pista). A ausência desses equipamentos impede a operação do aeroporto após o prazo.

"Já estive três vezes em Salvador acompanhando a licitação para ampliação da pista e do terminal", afirmou o prefeito Otoniel Teixeira ao Falabarreiras. "Também tenho duas reuniões agendadas com a Gol e Azul para ampliar as rotas. A chance de perdermos o aeroporto ou voos é zero", reforçou.

Apesar disso, a licitação para ampliação ainda está na fase de recursos e a obra completa pode levar até dois anos. O problema é que o PAPI e a RESA, por fazerem parte da obra da pista, seriam instalados apenas no fim da execução — o que pode inviabilizar temporariamente o funcionamento do aeroporto.

Movimento Decola Oeste alerta para urgência

O Movimento Decola Oeste atua diretamente na cobrança por agilidade nas obras e defende a instalação emergencial do PAPI e da RESA antes do início da reforma. "Se esperarmos a obra, perderemos pelo menos um ano e meio com o aeroporto fechado", alerta a entidade.

Uma das sugestões é a locação do equipamento junto à Infraero, como já é feito em outros aeroportos. "A Infraero aluga o PAPI por cerca de R$ 30 a R$ 40 mil por mês. Se o Estado não quiser investir, cabe à prefeitura ou à iniciativa privada viabilizar", afirma representante do movimento.

Segundo o Decola Oeste, não se trata de barrar o avanço da obra, mas de garantir que o aeroporto continue operando até sua conclusão. "O cronograma estadual prevê obras com o aeroporto funcionando, então não podemos aceitar que o PAPI venha apenas no fim da reforma. É preciso uma solução imediata".

Seinfra confirma andamento de licitações

A Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra) confirmou, em nota, que a licitação para o terminal está em fase de recurso e que a ampliação da pista — com PAPI e RESA — tem previsão de conclusão do processo em março, com investimento de cerca de R$ 70 milhões. Contudo, até o momento do fechamento desta matéria, 3 de abril de 2025, não foi informado se a licitação foi efetivamente concluída.

Enquanto isso, cresce a expectativa e a tensão entre os moradores de Barreiras. Muitos temem que a falta de agilidade comprometa o futuro da cidade como polo regional de logística e transporte aéreo.

Fonte: Fala Barreiras

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